1 de março de 2012

Vento Sul, de Vilma Arêas

Na edição de março do Rascunho, uma resenha sobre o novo livro de Vilma Arêas, "Vento Sul".

Eis um trecho do texto

Ao operar no plano simbólico, com efeito, Vilma Arêas ensaia uma literatura que está mais próxima das ficções, na melhor companhia e tradição estabelecida pelo argentino Jorge Luis Borges. Em tempo: não se quer aqui dizer que a autora emula o estilo ou mimetiza o modelo narrativo do escritor argentino (até porque, se assim o fosse, a obra seria apenas uma paródia). O ponto-chave é que o livro de Arêas, de uma só vez, se descola do conto como gênero tradicional, migrando, aí sim, para aquela acepção concebida por Borges.

Leia o texto completo aqui.

Na mesma edição, há uma entrevista com a autora, conduzida por mim e por Rogério Pereira, editor do Rascunho.

No trecho a seguir, Vilma Arêas comenta sobre a instabilidade da classificação dos gêneros (algo que fez com que "Vento Sul" fosse acompanhado da expressão ficções logo na capa):

Definições são sempre convencionais, é difícil ter certeza. Mário de Andrade afirmou que conto é o que o autor chama de conto. Desse ponto de vista, às vezes, escrevo contos, às vezes talvez não. Na verdade, o gênero vem sofrendo mudanças no correr do tempo, principalmente a partir de Tchekhov, que morreu em 1904, com 44 anos. Hoje é considerado no mundo todo, a começar por Virginia Woolf e Katherine Mansfield, que tiveram consciência da profunda revolução no conto tradicional, promovida pelo escritor russo. Mas no início da carreira, vejam só, as revistas devolviam seus trabalhos sob a alegação de que eram desinteressantes

Leia "Vento Forte", a entrevista concedida por Vilma Arêas, aqui.