23 de fevereiro de 2012

Bom dia para nascer

Abaixo, dois trechos de minhas últimas colaborações para o Rascunho. O primeiro é um fragmento da entrevista concedida por Humberto Werneck sobre a obra de Otto Lara Resende, que está sendo reeditada pela Cia das Letras.

"A crônica, como lembrou Antonio Candido, certamente não é um gênero “maior”. Essa constatação, porém, não deveria autorizar o desprezo com que muitos intelectuais, e não só acadêmicos, tratam o gênero. Para dizer como o sambista: pra que tanta panca, doutor? Seria ótimo se em vez disso eles nos dessem, em que gênero fosse, alguma coisa bela e perene como, por exemplo, tantas crônicas de Rubem Braga, um grande escritor que, se não me engano, atravessou toda uma vida sem receber um grande prêmio literário".
Leia a entrevista completa aqui

O outro texto é o ensaio que escrevi a partir dos dois livros lançados pela Companhia das Letras de Otto Lara Resende: "O Rio é tão longe", coletânea de cartas, e "Bom dia para nascer", coletânea de crônicas - by the way, roubei o título de Otto para esse post inaugural.

(...) De fato, temos no Brasil esse gênero sui generis que é a crônica. Talvez pela leveza de sua abordagem, existe uma espécie de consenso em torno da crítica especializada de que se trata de um gênero não somente menor, mas de pouca elaboração estilística. E é verdade que alguns casos podem comprovar esse cenário pouco sofisticado para as letras nacionais. No entanto, em Otto Lara Resende, temos a crônica no seu formato mais preciso, de um texto capaz de seduzir o leitor pela aparente frivolidade, mas que, olhando de perto, está mais relacionado a um tipo de conversa que não se tem mais. Mesmo agora, com o fenômeno das mídias sociais, existe a sensação de que se vive uma nova era da conversação (...)

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